quarta-feira, 27 de abril de 2011

POLÊMICA SOBRE DATAS COMEMORATIVAS NAS ESCOLAS E CRECHES


Por ocasião da data comemorativa do “Dia do Índio”, 19 de abril, veio à tona uma discussão: O que fazer com as crianças neste dia.
A maioria dos educadores hoje, respaldados nas contestações às posturas tradicionais com as quais as escolas lidavam com estas datas, levantam a bandeira de que a data só deve ser comemorada dentro de toda uma contextualização histórica e reflexiva a respeito do índio.
A respeito disso a Revista Nova Escola escreveu:
"O Dia do Índio é comemorado em 19 de abril no Brasil para lembrar a data histórica de 1940, quando se deu o Primeiro Congresso Indigenista Interamericano. O evento quase fracassou nos dias de abertura, mas teve sucesso no dia 19, assim que as lideranças indígenas deixaram a desconfiança e o medo de lado e apareceram para discutir seus direitos, em um encontro marcante. Por ocasião da data, é comum encontrar nas escolas comemorações com fantasias, crianças pintadas, música e atividades culturais. No entanto, especialistas questionam a maneira como algumas dessas práticas são conduzidas e afirmam que, além de reproduzir antigos preconceitos e estereótipos, não geram aprendizagem alguma. "O índigena trabalhado em sala de aula hoje é, muitas vezes, aquele indígena de 1500 e parece que ele só se mantém índio se permanecer daquele modo. É preciso mostrar que o índio é contemporâneo e tem os mesmos direitos que muitos de nós, 'brancos'", diz a coordenadora de Educação Indígena no Acre, Maria do Socorro de Oliveira."

Com base no texto acima, a reportagem traz também uma lista de atividades que não devem ser feitas no dia do indio, como pintar as crianças, reproduzir em maquetes as suas ocas, etc. Alegando que não devemos “reproduzir preconceitos em sala de aula, mostrando o indígena como um ser à parte da sociedade ocidental, que anda nu pela mata e vive da caça de animais selvagens.”.
A respeito desta discussão, escrevi lá um comentário, que contrariava todos os demais.
            - Não devemos ser radical. Querer provocar em uma criança de 2 ou 3 anos de idade a compreensão da contemporaneidade dos índios é deveras complicado. Os próprios índios reivindicam o direito de perpetuar a sua cultura, os seus rituais e vestimentas festivas. Não se trata de estereotipar, mas de revelar essa cultura. Crianças nessa idade guardam mais na memória as experiências do que as informações repassadas, todos nós sabemos disso. Assim, pintar o corpo, dançar, construir, experimentar as heranças da culinária indígena, dos artefatos, como redes, potes, etc. são muito mais significativos para elas, em minha opinião.

Também, na comunidade do orkut, PROJETOS DE EDUCAÇÃO INFANTIL, surgiu essa mesma discussão. Lá, novamente, contrariando a todos os demais, eu escrevi o seguinte comentário:

- Concordo com o que foi dito a respeito da necessidade de se aprofundar no tema, de não tratar a data comemorativa como obrigatória e superficial... e tudo o mais...
Por ocasião do dia do índio, voltei a refletir sobre isso.
Eu que venho de uma geração de educadores que se encontrou no limite entre o tradicional e o construtivismo que surgia em forma de uma ditadura nas escolas. Ninguém se atrevia a assumir, sequer, que antes trabalhava de forma tradicional.
Essa experiência me levou a temer qualquer forma de radicalismo.                                               “- Ou isso ou aquilo!".
A minha filha, que tem 21 anos agora, foi quem me deu a melhor resposta para a minha inquietação, ela disse:                                                                                                                            “- Pode ficar certa que nas minhas lembranças de creche eu guardo apenas a sensação boa de me vestir de índio, de me pintar e dançar no pátio. Essa coisa de informações eu só comecei a compreender depois, nesse tempo eu compreendia menos e sentia mais as coisas.”
Acho que é por aí. As nossas crianças precisam muito mais experimentar do que ficar sabendo informações criteriosas a respeito disso ou daquilo.
E esse negócio de ser todo ano a mesma coisa, é a mesma coisa para a gente, para eles é sempre festa e novidades a cada ano.
Não estou defendendo o tradicionalismo ou outra coisa.
Contextualizar e significar é sempre o ideal, mas sem muitos alardes e também sem a obrigação de comemorar ou não. Cada um conhece a realidade as necessidades dos seus alunos, basta atendê-los com responsabilidade profissional e sensibilidade.
Lembremos que se a escola fizer de conta que não existe a data, ele vai ver lá fora, de alguma maneira, algo que o informe dela, aí sim, sem nenhuma ligação com ele.

Esse é, portanto um assunto, muito polêmico, que merece ser avaliado por todos nós com muito cuidado para não emitirmos conclusões precipitadas e equivocadas.

 

 

domingo, 24 de abril de 2011

PROJETO MUSICAL - "PEQUENO CIDADÃO"

Nessa nova mania de ficar fuçando a internet (as minhas filhas foram as maiores incentivadoras disso e agora passaram a revidar as minhas exclamações – Está viciada hein? rsrsrs), pois bem, aproveito esse “vício” para fazer também pesquisas que contribuam para o meu trabalho em EDUCAÇÃO.

Eis que, fruto dessas fuçadas, acabei descobrindo um projeto musical muito legal dirigido para o publico infantil.

Trata-se do projeto “Pequeno Cidadão”, idealizado pelos artistas, Edgar Scandurra, Arnaldo Antunes e Taciana Barros, que em abril de 2009 levaram os filhos para os estúdios e junto com eles gravaram várias músicas. Algumas dessas músicas já faziam parte da relação entre os pais os filhos, como as relacionadas a chupeta,  uma canção para ninar, etc. Outras ressuscitam para o universo infantil coisas relacionadas a nossa cultura popular e, ainda, relativas a rotina das crianças.

Acho que vale a pena conferir esse trabalho. No You Tube tem alguns vídeos do “Projeto Pequeno Cidadão”.

Confira também aqui no Blog, na nossa página de vídeos.
(Ivana Lucena)


Referências:

domingo, 17 de abril de 2011

ASSISTA NA PÁGINA DE VÍDEOS - EXCELENTE!

"Tião Rocha, um exemplo de sabedoria e humildade
 no exercício de educar."

quarta-feira, 13 de abril de 2011

DESAFIOS NA GESTÃO DEMOCRÁTICA

Os principais desafios na gestão democrática do CMEI Saturnina Alves de Lucena referem-se a indisponibilidade de tempo da equipe escolar e comunidade para efetuar uma participação efetiva de acordo com as necessidades da instituição. Destacando os principais entraves ao processo de autonomia financeira reafirmamos a indisponibilidade de tempo e a carência de orientações e treinamentos relativos à movimentação financeira, aplicação de recursos, cardápios, per capta, etc. Tudo isso, acaba propiciando um exercício centralizado nas mãos do gestor que, para amenizar tal distanciamento da proposta democrática administrativa, reúne frequentemente a equipe e periodicamente os pais para discutir as necessidades e prioridades para a aplicação dos recursos, posteriormente, com as sugestões em mãos, elabora o plano de aplicação, executa a compra e apresenta o material adquirido e os serviços realizados, juntamente com a prestação de contas com as devidas documentações e notas fiscais para aprovação do conselho fiscal e apreciação da comunidade escolar.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

POESIA TRABALHADA COM AS CRIANÇAS NO PROJETO "JARDIM"

(Imagem do jardim do CMEI)

JARDIM

PASSEANDO EM MEU CMEI
MUITAS FLORES ENCONTREI
QUANTOS CHEIROS
QUANTAS CORES
NO JARDIM EU ME ENCANTEI

TEM FLORES BRANCAS
DA COR DAS NUVENS
QUE PASSEIAM NO CÉU
BRANCA TAMBÉM É A COR
LIMPINHA DO MEU PAPEL

TEM FLORES E ROSAS VERMELHAS
VERMELHA É A COR DA PAIXÃO
VERMELHA É A COR DO SANGUE
QUE BOMBEIA NO CORAÇÃO

TEM UMAS ROSAS COR DE ROSA
ROSA É UMA COR CLARINHA
NEM É VERMELHA
NEM É BRANCA
SÃO AS DUAS MISTURADINHAS

(Poesia de Ivana Lucena)

terça-feira, 5 de abril de 2011