sexta-feira, 21 de março de 2014

O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA PESSOAS COM SURDEZ


Para dar-se inicio ao atendimento ao aluno com surdez faz-se necessário, antes, a compreensão de informações a cerca do individuo, das suas limitações, dificuldades e, principalmente, o seu potencial. Além disso, é importante refletir também a respeito dos preconceitos que a sociedade exprime sobre ele e sobre os comprometimentos que poderão ocorrer devido a sua dificuldade em comunicar-se e desde o período quando normalmente as crianças dão inicio a utilização da fala para fazer-se entendido.

Desta forma, planejar políticas públicas e ações pedagógicas que efetivem a inclusão desse aluno na escola, garantindo o seu acesso aos benefícios da sociedade e o exercício do seu potencial requer um pensa-lo como ser humano descentrado, conforme proclama Damazio(2010),  acreditando no “ser corpo biológico”, ao invés de focar na sua parte com a deficiência.

“... os processos perceptivos, lingüísticos e cognitivos das pessoas com surdez poderão ser estimulados e desenvolvidos, tornando-as sujeitos capazes, produtivos e constituídos de várias linguagens, com potencialidade para adquirir e desenvolver não somente os processos visuais-gestuais, mas também ler e escrever as línguas em seus entornos e, se desejar, também falar.” (Damazio, 2010. P. 48).  

No âmbito das discussões a respeito das abordagens pedagógicas no atendimento ao aluno com surdez, a autora alerta que, já não cabe mais permanecermos no paradigma da dicotomização entre oralista e gestualista. Ao invés disso, a pessoa com surdez deve ser analisada a partir de uma concepção pós-moderna, onde a tendência bilíngue sugere a única oportunidade possível para retirá-la da condição de exclusão.

As práticas metodológicas do AEE PS, sob a ótica inclusiva, requer uma “Pedagogia Contextual Relacional”. Essa pedagogia, como a própria nomenclatura sugere, trata de estratégias e posturas educacionais que constroem os conhecimentos de forma contextualizada, tornando-os significativos para o aluno, com o objetivo de atingir a sua completude humana.

A organização didática do AEE PS requer a formação do professor e o diagnóstico inicial do aluno com surdez. O plano AEE deverá oportunizar a comunicação das duas línguas e garantir a interatividade do aluno em três momentos didático-pedagógicos: “Atendimento Educacional Especializado em Libras; Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Língua Portuguesa escrita; e o atendimento educacional especializado para o ensino de Libras.”

Ao professor de AEE, no atendimento ao aluno surdo, cabe a postura de credor no potencial do seu aluno e facilitador do seu processo de aprendizagem, desfazendo as barreiras que o impossibilitam de avançar. Portador desses conhecimentos sobre PS, o professor do AEE torna-se também disseminador dessa pedagogia inclusiva.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DAMÁZIO, Mirlene Ferreira Macedo. FERREIRA, Josimário de Paulo. Educação Escolar de Pessoas com Surdez – Atendimento Educacional Especializado em Construção. Texto publicado na revista Inclusão do Ministério da Educação, jan/jul 2010.
 FONTE DA IMAGEM
http://anacarolinafrank.blogspot.com.br/2010/09/dia-nacional-do-surdo-26-de-setembro.html