Para dar-se inicio ao
atendimento ao aluno com surdez faz-se necessário, antes, a compreensão de
informações a cerca do individuo, das suas limitações, dificuldades e,
principalmente, o seu potencial. Além disso, é importante refletir também a
respeito dos preconceitos que a sociedade exprime sobre ele e sobre os
comprometimentos que poderão ocorrer devido a sua dificuldade em comunicar-se e
desde o período quando normalmente as crianças dão inicio a utilização da fala
para fazer-se entendido.
Desta forma, planejar
políticas públicas e ações pedagógicas que efetivem a inclusão desse aluno na
escola, garantindo o seu acesso aos benefícios da sociedade e o exercício do
seu potencial requer um pensa-lo como ser humano descentrado, conforme proclama
Damazio(2010), acreditando no “ser corpo
biológico”, ao invés de focar na sua parte com a deficiência.
“... os processos perceptivos,
lingüísticos e cognitivos das pessoas com surdez poderão ser estimulados e
desenvolvidos, tornando-as sujeitos capazes, produtivos e constituídos de
várias linguagens, com potencialidade para adquirir e desenvolver não somente
os processos visuais-gestuais, mas também ler e escrever as línguas em seus
entornos e, se desejar, também falar.” (Damazio, 2010. P. 48).
No âmbito das discussões a
respeito das abordagens pedagógicas no atendimento ao aluno com surdez, a
autora alerta que, já não cabe mais permanecermos no paradigma da dicotomização
entre oralista e gestualista. Ao invés disso, a pessoa com surdez deve ser
analisada a partir de uma concepção pós-moderna, onde a tendência bilíngue
sugere a única oportunidade possível para retirá-la da condição de exclusão.
As práticas metodológicas do AEE PS, sob a ótica inclusiva, requer uma “Pedagogia
Contextual Relacional”. Essa pedagogia, como a própria nomenclatura sugere,
trata de estratégias e posturas educacionais que constroem os conhecimentos de
forma contextualizada, tornando-os significativos para o aluno, com o objetivo de
atingir a sua completude humana.
A organização
didática do AEE PS requer a formação do professor e o diagnóstico inicial do
aluno com surdez. O plano AEE deverá oportunizar a comunicação das duas línguas
e garantir a interatividade do aluno em três momentos didático-pedagógicos: “Atendimento Educacional Especializado em Libras; Atendimento
Educacional Especializado para o ensino da Língua Portuguesa escrita; e o atendimento
educacional especializado para o ensino de Libras.”
Ao professor de AEE, no atendimento ao aluno surdo, cabe a postura de
credor no potencial do seu aluno e facilitador do seu processo de aprendizagem,
desfazendo as barreiras que o impossibilitam de avançar. Portador desses
conhecimentos sobre PS, o professor do AEE torna-se também disseminador dessa
pedagogia inclusiva.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DAMÁZIO,
Mirlene Ferreira Macedo. FERREIRA, Josimário de Paulo. Educação Escolar de
Pessoas com Surdez – Atendimento Educacional Especializado em Construção. Texto
publicado na revista Inclusão do Ministério da Educação, jan/jul 2010.
FONTE DA IMAGEM
http://anacarolinafrank.blogspot.com.br/2010/09/dia-nacional-do-surdo-26-de-setembro.html