domingo, 18 de dezembro de 2011

CONSIDERAÇÕES SOBRE O ENSINO DA ARTE - RETIRADAS DO LIVRO: Vivencias na Escola de Dora Incontri (2005).

Educação Estética
    Educar esteticamente é ao mesmo tempo desenvolver o senso estético, a capacidade de criar e inserir o individuo nas culturas de todos os povos e de todos os tempos. Para isso, permitir o acesso a obras musicais, plásticas, poéticas, teatrais, de qualidade estética e de conteúdos preferencialmente edificante – é o que é mais necessário.
A Arte, sempre a Arte...
Assim como o amor deve permear cada gesto, no processo da Educação, a arte também deve predispor o espírito à reflexão, harmonizar as emoções, para que a aprendizagem frutifique.
Canções cantadas pelas próprias crianças; uma música suave de fundo em qualquer atividade, que exija silêncio e concentração; filmes artísticos para impregnar os olhos de beleza e a alma de paz; desenhos produzidos a partir de uma história, de um debate ou de um tema; poesias para induzir a uma discussão ou para soltar a imaginação... – esses são recursos indispensáveis numa Educação que procure atingir o indivíduo como um todo.
Iluminando o coração com a chama da arte – além da afetividade – o raciocínio se embebe na emoção e a criança se desenvolve globalmente, sem os perigos da unilateralidade.
Dicas para a Educação Artística
Material sugerido, que deve ficar ao alcance da criança, numa sala destinada às artes e aos trabalhos manuais:
Papéis de diferentes cores, texturas e tamanhos; palhetas tradicionais e pedaços de madeira de vários tamanhos; lápis de cor, canetas hidrográficas, tinta a dedo, guache, tinta acrilex, pastel oleoso, giz de cera, aquarela; pincéis, cotonetes, espátulas, brochas; colas; tesouras; revistas velhas; telas de talagarça. [materiais recicláveis].
Atitudes aconselhadas
·         Incentivar a mistura de cores e a busca de diferentes tonalidades;
·         Respeitar o trabalho da criança, jamais pegando em sua mão ou dizendo categoricamente como deve desenhar ou pintar;
·         Dar estímulos visuais (quadros, livros, vídeos), auditivos e narrativos (músicas, histórias, poesias), antes de começar um trabalho;
·         Procurar estabelecer um clima de tranquilidade e sossego;
·         Respeitar o ritmo de cada criança, deixando que as que terminarem mais depressa façam outros trabalhos do mesmo gênero ou diferentes e permitindo às outras seguirem seu ritmo mais lento e mais detalhista;
·         Aplicar e ensinar variadas técnicas de pintura, desenho, estamparia, argila, modelagem, colagem, serragem com palitos de fósforos...
·         O professor deve também fazer seus próprios trabalhos (antes, durante ou depois das atividades dos alunos) para desenvolver seu próprio senso artístico, para conhecer melhor as técnicas, para compartilhar com as crianças suas próprias produções;
·         Evitar os trabalhos padrões (como os de dias das mães ou Páscoa), onde todos fazem a mesma coisa e o produto final fica semelhante ou idêntico;
Tintas e formas
            Depois da música, a pintura, que é uma expressão tão natural para a criança! Mas nunca aquela pintura com meros lápis de cor, de formas paupérrimas desenhadas e mimeografadas e passadas para todas as crianças! Isso é anti-arte. È impedir o desenvolvimento da criatividade, impor modelos fraquíssimos, sem qualquer conteúdo estético e padronizar atividades artísticas. Ora a padronização é o que mais se opõe à arte, que acima de tudo é expressão original e livre.

REFERENCIA
INCONTRI, Dora, Vivência na Escola, Bragança Paulista, SP. Editora Comenius, 2005.



sábado, 15 de outubro de 2011

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A CRECHE DEVE TRABALHAR O DIA DA INDEPENDÊNCIA COM AS SUAS CRIANÇAS?

“7 de setembro, dia da independência do Brasil”.

O que pode significar a comemoração dessa data para uma criança de dois ou três anos?

Para muitos talvez pareça muito complexo o entendimento do significado de pátria, de independência, de civismo para uma criança com tal idade.

Nesta reflexão, antes de perguntar o que pode significar para criança, acho que a pergunta que deveria ser feita era: O que a comemoração da independência do país significa para aqueles que estão educando as crianças?

Não se trata apenas de didática e de fundamentação teórica a respeito de como a criança aprende ou do que pode ou não ser significativo para crianças nessa faixa etária, trata-se primeiramente de compreendermos que só educamos com base no que acreditamos, com base nos valores que construímos para nós mesmos.

Assim, um educador que  não construiu para si, por exemplo, a valorização do meio ambiente, de reciclar o lixo, de cuidar das plantas ou de manifestar o amor e o respeito pelo seu país, não conseguirá trabalhar esses valores de forma significativa com os seus alunos.

Podemos pensar que se trata apenas de uma data comemorativa e que o fato de ignorá-la não representa falta de patriotismo. Todavia, é preciso lembrar que o ser humano, diferentemente dos outros animais atribui grande importância ao simbolismo das coisas. Um simples  objeto pode adquirir uma importância enorme, que vai muito além da sua funcionalidade, em virtude da história que foi construída em torno dele e uma data pode, dessa forma, ser carregada de significados que compõe o modo de se de uma pessoa, de um grupo de pessoas ou de uma nação.

Hoje com o avanço nas pesquisas em torno de como a criança pensa e constrói o seu conhecimento, somos capazes de prever que toda as experiências que se tornam significativas na vida de uma criança, mesmo na mais tenra idade, formarão elementos relevantes na sua formação psíquica e social.

Desta forma, promover experiências relevantes em torno de valores como o patriotismo, o respeito aos mais velhos, aos animais, a natureza, entre outros, deixam marcas na vida da criança. Embora essas marcas, muitas vezes, não sejam de imediato vislumbradas, elas, certamente, representam fundamentos, bases, para compreensões futuras.

Assim, neste dia em que se comemora a independência do nosso país, ao vermos uma criança desfilando com chapéu de soldado feito de jornal; com o rosto pintado com as cores da bandeira brasileira; com uma bandeirinha na mão feita por ela ou qualquer outra manifestação promovida pela escola para referendar a data junto aos seus alunos, podemos ter a convicção de que fizemos a nossa parte para que no futuro essa criança possa compreender que nesta data, 7 de setembro, o seu país comemora uma conquista que precisa ser lembrada sempre para que se valorize a independência adquirida à custas de muita luta e sangue de pessoas que por amor a sua gente lutou por isso.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

"REPASSE DA REUNIÃO COM OS GESTORES DE CMEIS NA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO – 24/08/2011."

  Este post é um recorte das falas do Secretario Municipal de Educação de Natal, RN, retirado do texto (com o título acima) postado no WebPortal do FOGEM

SECRETARIO – Prof. Walter Fonseca 
– Justificou o atraso – Estava em uma cerimonia com a prefeita.
– Iniciou a sua fala:

  “Sou um professor por opção e paixão”

 “O nosso trabalho não se justifica com o salário ou reconhecimento, mas com a certeza da construção do futuro.”

 “Faltam políticas públicas para reconhecer o valor.”

 “Quem educa tem que ser educador”

 “Quem dirige tem que estar preparado para ser dirigido, para respeitar uma hierarquia.”

  “Quando cheguei, encontrei a casa dividida, hoje tem mais harmonia na SME.”

Com relação ao feriado do dia do estudante – “Fui surpreendido com o questionamento a respeito de dois dias sem aulas”. “Meu erro: Obrigação de conhecer o calendário ...”. – Concepção de que a criança não tem entendimento da homenagem – A culpa não foi dos educadores infantis, estava no calendário – Devemos unir a visão pedagógica com a assistencial (as necessidades básicas das crianças) – “Fui impulsionado por uma reação à ação: - Não vamos abrir mão do feriado.” – “Entendo as dificuldades dos gestores.” – “Para não parecer um ditador, solicitei uma circular...” – “No final da circular consta que haverá punição e isso eu vou cumprir.”

Sobre a profª Eliana Torres: “ Um dia a história reconhecerá o empenho desta mulher pela educação no município de Natal.” – “Pelo amor de Deus, devemos trabalhar as nossas emoções.” – “ Um educador tem que trabalhar sentimentos e reações.”

  “Admiro e respeito os gestores que muitas vezes deixam a família em segundo plano para se dedicarem aos CMEIS.”

 “Quero o relatório daqueles dois dias, com base neles serão tomadas as decisões.”

 “Jamais perseguição pequena.”

 “Jamais busca autoritária.”

 “Atender os problemas de ordem financeira nos CMEIS precede a necessidade de eleição dos gestores....Se alguém me convencer do contrário...”

 “Uma eleição não faz muita diferença na qualidade do gestor.”

  “Quando eu cheguei, poderia ter tomado à posição de substituir todos os gestores da gestão anterior. Não sei se acertei em não fazê-lo.”

  Com relação a eleição: “Temos que pensar junto com a prefeita. Estamos em um momento de tensão, de queda de braços. As vezes uma tomada de decisão na hora errada tem consequências piores.”

  Sobre a NORMATIZAÇÃO: Gestora: - A Secretaria da educação está preparada para cumprir a resolução que determina 12 crianças por sala? – Qual é o tempo destinado para o planejamento do professor? – Como podemos adotar o tema da JENAT de professor pesquisador?  Secretario: - “NÃO CONSIDEREM A RESOLUÇÃO.” – “O servidor publico pensa muito nos direitos e pensa menos nos deveres.”

 “Vamos agendar um outro momento desse.”  (desculpou-se por ter que se ausentar.)

sábado, 6 de agosto de 2011

TRABALHAR O DIA DOS PAIS NAS ESCOLAS – UMA DECISÃO POLÊMICA

                                                                                  
A escola compreende que as datas comemorativas, em sua maioria, são criadas tendo o apelo comercial como objetivo maior. Assim temos a páscoa, o dia das mães, o dia dos pais, o natal, etc. Alguma destas, e outras, a escola absorve e trabalha o significado ético, histórico ou religioso que deve prevalecer como referência das mesmas.

Trabalhar ou não as datas comemorativas é sempre um alvo de polêmica na construção do currículo escolar.  O posicionamento mais consensual é que, se for decisão da escola trabalhar determinada data que  ela seja contextualizada para que venha a ser significativa para o aluno e não uma mera obrigação.

Acredito que, de todas, o DIA DOS PAIS é a mais polêmica. Principalmente nas escolas localizadas em comunidades bastante carentes, onde o índice de mães solteiras é muito grande. Daí a dificuldade em decidir se deve ou não comemorar o dia dos pais.

Na verdade, ignorar algumas datas comemorativas é quase impossível, pois a criança traz do seu meio social, para dentro da escola, informações a respeito, principalmente oriundas das mídias televisivas. A escola se encarrega de esclarecer e dar um novo contexto a essas informações.

Trabalhar o DIA DAS MÃES, não é tão difícil assim, pois as mulheres, na maioria, ainda são mais presentes na educação dos filhos, excepcionalmente nessas comunidades referidas acima.

Já o DIA DOS PAIS, vem carregado de todo uma meticulosidade para lidar com o tema, de modo a não constranger nenhuma criança que não tenha um pai presente na sua vida e, também, não deixar de homenagear os pais que são presentes e que, assim como as mães, merecem a sua comemoração.

As educadoras costumam encontrar uma saída propondo que seja homenageada no dia dos pais, “qualquer pessoa que assuma o papel de pai”. Algumas chegam mesmo a sugerir que “a própria mãe ou até mesmo a avó, na ausência de uma figura masculina responsável, pode representar a mesma”.

Pensando no objetivo de não constranger a criança, é compreensível essa proposta. Todavia, é importante também prever que algumas crianças, podem ser capazes de desenvolver a compreensão, do seu jeito, de que a comemoração é realmente destinada ao pai e não à avó ou à mãe e que ela não está encaixada nessa categoria. Assim, o efeito poderia tornar-se extremamente negativo.

O ideal é que a escola procure, antes de tudo, conhecer bem a realidade dos seus alunos. Isso facilitará no planejamento das ações. Enviar, por exemplo, uma entrevista para os pais e anexar a ela o convite e a confirmação da presença do pai, criando um espaço com o item: “No caso da impossibilidade da sua presença quem o representará?”, possibilita a construção de um mapa sobre quem estará recebendo a homenagem da criança. Dessa forma, planeja-se as estratégias que venham a atender todas as necessidades e expectativas

  Referência p/ imagem:                                                                                                                                                http://jeffersonlino.blogspot.com/2010/08/historia-do-dia-dos-pais.html 

segunda-feira, 11 de julho de 2011

COMO ESTÁ SENDO ACOLHIDO O AUXILIAR DE SALA DE AULA NO CMEI?

Auxiliar de sala de aula.
Acredito que conheça bem essa função quem, de uma forma ou de outra, relaciona-se com a educação infantil.
Se pensarmos que, ser educador, principalmente o infantil, é uma função pouco valorizada, avaliemos o valor de um auxiliar deste.
A Secretaria Municipal de Educação para sanar o problema da demanda e da falta de recurso para contratar novos educadores achou por caminho criar este cargo de Auxiliar de sala de aula *1, para contratar, sem vínculo, pessoas para atuar nos centros de educação infantil.
É interessante observar que, esse profissional com o curso médio de magistério poderia bem, se houvesse sido aprovado em concurso, está na função de titular em sala de aula. Já que são apenas esses os critérios para tal.
Apesar de que, sabemos, embora os governos *2, por uma visão apenas financeira, teimem em ignorar, que apenas o curso médio do magistério é insuficiente para atuar com a complexidade de educar crianças pequenas, cujo trabalho constitui-se a base psicológica e de conhecimentos para o resto da vida.
Mas ter o ensino médio e ser aprovado em concurso são realmente os únicos critérios para atuar como Educador Infantil.
Todavia, na impossibilidade de sê-lo, por falta de concurso, a função de Auxiliar de sala lhe impõe uma condição inferior em sala de aula.
É interessante observarmos que há poucos meses atrás não havia esse profissional e duas educadoras concursadas dividiam juntas a sala de aula. Nisso, percebia-se uma tentativa reciproca de adaptação à metodologia e a personalidade da outra.
Quando a Auxiliar de sala entra em cena, para substituir uma das educadoras, o relacionamento, imediatamente muda de enfoque, já não há mais o esforço imediato da adaptação mútua, mas, apenas a Auxiliar, deverá manter o esforço de adaptar-se à metodologia e a personalidade da titular da sala.
O nosso CMEI reavalia a função e o desempenho desse profissional em sala de aula e essa postura discriminatória
Acreditamos que um dos maiores motivos para esse educador haver assumido o cargo de Auxiliar de sala de aula deve ser o de adquirir experiências, já que o salário, além de mínimo, atrasa por mais de dois meses seguidos e a jornada de trabalho é intensa.
Pensamos então:
 - O que motivaria esse profissional a levantar todos os dias, caminhar a pé para a escola, já que também não tem direito a vale-transporte, e assumir o seu trabalho junto às crianças e demais funcionários da escola?
Concluímos que ele deve ser bem acolhido, estimulado a aprender e a participar ativamente do magistério na sala de aula.
A única diferença entre o Auxiliar de sala e o Educador Infantil titular é que este tem um salário melhor, uma jornada de trabalho menor e, portanto, mais dever e responsabilidade à assumir.
Ao Auxiliar de sala a nossa expectativa é de que sejam humildes para aprender com os educadores que detêm mais experiências sem sentirem-se inferiores a eles.
Afinal, somos todos iguais.
Somos, ou não, todos irmãos?
Cada um deve colaborar no que puder para o crescimento do outro e saber ser grato aos que contribuem para o seu.

*1 O cargo de Auxiliar de sala de aula para os Centros Municipais de Educação Infantil foi criado no governo Prefeita Micarla de Souza ( 2011).
*2 O cargo de Educador Infantil foi criado no governo do Prefeito Carlos Eduardo (Lei no 5.794, de 10 de julho de 2007).
                                                                                

sábado, 2 de julho de 2011

ZÉ BARROS - A MINHA IMPRESSÃO SOBRE ESSE ARTISTA


Eu confesso que fiquei impressionada com a qualidade da música desse artista. Lamento que bandas de forró façam tanto sucesso por aí, com letras que não dizem nada, enquanto poetas como Zé Barros não tenham o reconhecimento merecido.
Acredito que por falta de esclarecimentos para divulgar melhor o seu trabalho.
Uma pessoa humilde, que canta com a alma. É assim que defino Zé Barros, músico e poeta, que divulga a cultura nordestina em suas canções.
Um autentico forró pé de serra, que em muito lembra as canções gravadas pelo nosso saudoso Luis Gonzaga. Um forró que fala de amor e das coisas bonitas do sertão.
Através das letras das suas músicas foi possível levar para o vocabulário das crianças termos como paiol, paneira, pilão, vaqueiro... trabalhados de forma significativa para efetivar a compreensão.
Para muitas crianças, de dois anos e três anos, esse foi a primeira festa junina da qual participaram e certamente deixará marcas emocionais muito fortes e especiais em suas vidas.
Muita gente da comunidade compareceu ao nosso CMEI para ver o artista de perto. Fiquei impressionada com o carinho e o reconhecimento do povo pelo artista, que retribuía perguntando pela família de todos, como velhos conhecidos.
Concluo que foi uma excelente ideia a de homenagear esse artista da nossa comunidade e que bem poderia ser, se alcançasse divulgação, uma grande estrela nacional da nossa cultura nordestina do forró.