domingo, 29 de junho de 2014

“PORQUE APONTAR O QUE O OUTRO NÃO PODE FAZER, ANTES DE PERGUNTAR O QUE ELE TEM A OFERECER?”


Desde o princípio dos estudos propostos pelo curso de AEE, as leituras, as atividades, a discussões e trocas de experiências online ou presenciais nos conduziram a construção de um novo olhar sobre as pessoas com deficiências. O Atendimento Educacional Especializado para o qual estamos aqui nos preparando para atuar resignifica o foco da atuação pedagógica que, de agora em diante, configura-se nos potenciais que o aluno apresenta e não nos limites da sua deficiência.

Em analogia com o texto “O modelo dos modelos” de Italo Calvino, “ (...) apagar da mente os modelos e os modelos de modelos” significa para o professor de AEE se colocar aberto para observar o seu aluno além da sua deficiência e acreditar nas possibilidades de avanços, considerando as dificuldades que serão enfrentadas. A partir daí, o professor constrói vários “modelos” ou planos de atendimentos, que são individuais e flexíveis; que correspondem ao atendimento das necessidades específicas de cada aluno e também a valorização dos seus potenciais.


Para ilustrar a proposta “desse olhar” para o potencial e não para a deficiência do aluno, apresento o vídeo abaixo. Trata-se de um trabalho de educação inclusiva realizado e defendido por um professor de capoeira, que também é um pesquisador com formação em neuropedagogia. 


Endereço do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=6jGzQfDYCFA

domingo, 8 de junho de 2014

ESTRATÉGIAS EM BAIXA TECNOLOGIA PARA APOIAR O ALUNO COM TGD/TEA


Tratando da construção do Plano de Atendimento Educacional Especializado para alunos com autismo é necessário considerar primeiramente os potenciais e as dificuldades apresentadas em cada individuo. Isso porque, embora haja as características comuns para esse grupo, e essas são determinantes para classificá-lo, as características pessoais do aluno o torna único, diferenciando-o de qualquer outro. Estas características pessoais são impressas, em grande parte, pelas experiências oportunizadas pelo meio em que o aluno vem se desenvolvendo desde o seu nascimento.

Assim, resguardadas as considerações acima, alguns métodos pedagógicos foram desenvolvidos para atender aos alunos com autismo. Entre eles o método ABA (Análise do Comportamento Aplicada). Trata-se de uma abordagem da psicologia fundamentada no behaviorismo que analisa a associação entre o ambiente, o comportamento humano e a aprendizagem.

O professor do AEE planeja as atividades e intervenções, traçando pequenos objetivos a curto prazo com a intecionalidade de eliminar os comportamentos inadequados e ampliar as habilidades do aluno.

O vídeo abaixo apresenta propostas de atividade e técnicas para a confecção de materiais em baixa tecnologia que podem apoiar o aluno com TGD em seu desenvolvimento dentro do método ABA.


Fontes e referências:
REVISTA AUTISMO, pagina consultada em 08 de junho de 2014, às 11:30 AM.
SITE DE VÍDEOS, You Tube, visitado em 08 de junho de 2014, às 11:30 AM.


sexta-feira, 18 de abril de 2014

SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS – ASPECTOS DISTINTOS E SEMELHANTES

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          O termo surdocegueira foi elaborado considerando o princípio de que não se trata de uma pessoa com duas deficiências distintas ou Deficiência Múltipla, mas uma junção de duas deficiências sensoriais que afetam especialmente a área da comunicação.

A pessoa que nasce ou adquire posteriormente com surdocegueira encontra-se numa condição impossibilitada de receber  as informações do seu entorno de maneira fidedigna, para tanto, ela precisa da mediação de comunicação a fim de receber, interpretar e conhecer o que lhe cerca. Dessa forma o seu conhecimento do mundo se fará pelo uso dos canais sensoriais proximais como: tato, olfato, paladar, cinestésico, proprioceptivo e vestibular.

Na deficiência Múltipla, embora não haja a garantia efetiva de  que todas as informações cheguem para a pessoa de forma fidedigna, ela sempre contará com o apoio de um dos canais distantes (visão e ou audição) como ponto de referência. Compreendendo  que esses dois canais são responsáveis pela maioria do conhecimento que vamos adquirindo ao longo da vida, estabelecemos uma comparação qualitativa da possibilidade de aprendizagem que se dá para uma pessoa com Deficiência Múltipla em comparação com uma surdocega.

Como estratégias apropriadas para a aquisição de comunicação  das pessoas com Surdocegueira ou com Deficiencia Múltipla, é relevante destacar as seguintes  aspectos:

“Para as pessoas com surdocegueira e/ou com deficiência múltipla dividimos a comunicação em Receptiva e Expressiva, para favorecer a eficiência da transmissão e interpretação.
A comunicação receptiva ocorre quando alguém recebe e processa a informação dada por meio de uma fonte e forma (escrita, fala, Libras e etc). A informação pode ser recebida por meio de uma pessoa, radio ou TV, objetos, figuras, ou por uma variedade de outras fontes e formas. No entanto, comunicação receptiva requer que a pessoa que está recebendo a informação forme uma interpretação que seja equivalente com a mensagem de quem enviou tentou passar.
A comunicação expressiva requer que um comunicador (pessoa que comunica) passe a informação para outra pessoa. Comunicação expressiva pode ser realizada por meio do uso de objetos, gestos, movimentos corporais, fala, escrita, figuras, e muitas outras variações.” (Shirley Maia, 2011, p. 04).

Concluimos que as necessidades básicas desses alunos apontam para a importância de se estabelecer estratégias para comunicação a partir de referenciais significativos que permitam aos mesmos avançarem na interação social, na aprendizagem e na construção da autonomia.

Referências:

MAIA, Shirley Rodrigues. Aspectos Importantes para saber sobre Surdocegueira e Deficiência Múltipla. São Paulo, 2011.

sexta-feira, 21 de março de 2014

O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA PESSOAS COM SURDEZ


Para dar-se inicio ao atendimento ao aluno com surdez faz-se necessário, antes, a compreensão de informações a cerca do individuo, das suas limitações, dificuldades e, principalmente, o seu potencial. Além disso, é importante refletir também a respeito dos preconceitos que a sociedade exprime sobre ele e sobre os comprometimentos que poderão ocorrer devido a sua dificuldade em comunicar-se e desde o período quando normalmente as crianças dão inicio a utilização da fala para fazer-se entendido.

Desta forma, planejar políticas públicas e ações pedagógicas que efetivem a inclusão desse aluno na escola, garantindo o seu acesso aos benefícios da sociedade e o exercício do seu potencial requer um pensa-lo como ser humano descentrado, conforme proclama Damazio(2010),  acreditando no “ser corpo biológico”, ao invés de focar na sua parte com a deficiência.

“... os processos perceptivos, lingüísticos e cognitivos das pessoas com surdez poderão ser estimulados e desenvolvidos, tornando-as sujeitos capazes, produtivos e constituídos de várias linguagens, com potencialidade para adquirir e desenvolver não somente os processos visuais-gestuais, mas também ler e escrever as línguas em seus entornos e, se desejar, também falar.” (Damazio, 2010. P. 48).  

No âmbito das discussões a respeito das abordagens pedagógicas no atendimento ao aluno com surdez, a autora alerta que, já não cabe mais permanecermos no paradigma da dicotomização entre oralista e gestualista. Ao invés disso, a pessoa com surdez deve ser analisada a partir de uma concepção pós-moderna, onde a tendência bilíngue sugere a única oportunidade possível para retirá-la da condição de exclusão.

As práticas metodológicas do AEE PS, sob a ótica inclusiva, requer uma “Pedagogia Contextual Relacional”. Essa pedagogia, como a própria nomenclatura sugere, trata de estratégias e posturas educacionais que constroem os conhecimentos de forma contextualizada, tornando-os significativos para o aluno, com o objetivo de atingir a sua completude humana.

A organização didática do AEE PS requer a formação do professor e o diagnóstico inicial do aluno com surdez. O plano AEE deverá oportunizar a comunicação das duas línguas e garantir a interatividade do aluno em três momentos didático-pedagógicos: “Atendimento Educacional Especializado em Libras; Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Língua Portuguesa escrita; e o atendimento educacional especializado para o ensino de Libras.”

Ao professor de AEE, no atendimento ao aluno surdo, cabe a postura de credor no potencial do seu aluno e facilitador do seu processo de aprendizagem, desfazendo as barreiras que o impossibilitam de avançar. Portador desses conhecimentos sobre PS, o professor do AEE torna-se também disseminador dessa pedagogia inclusiva.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DAMÁZIO, Mirlene Ferreira Macedo. FERREIRA, Josimário de Paulo. Educação Escolar de Pessoas com Surdez – Atendimento Educacional Especializado em Construção. Texto publicado na revista Inclusão do Ministério da Educação, jan/jul 2010.
 FONTE DA IMAGEM
http://anacarolinafrank.blogspot.com.br/2010/09/dia-nacional-do-surdo-26-de-setembro.html